Uma carta

Pensei muito se realmente deveria escrever sobre isso, mas acho que sim, que deco escrever para tirar esse peso do meu peito, essa dor que me corroe todos os dias. Isso que vocês lerão agora nada mais é do que um desabafo, uma carta pra uma pessoa que ainda eu amo muito, mas que foi leviana, covarde e cruel e mesmo todo o amor que ainda sinto não me faz ser capaz de perdoar.

"Eu ainda te amo e isso me atormenta todos os dias. Nunca pensei que amar fosse tão ruim. Lembro de todos os bons momentos que passamos juntos e lembro que não teve nada ruim, uma briga só mas que eu tonta nem percebi que já era um sinal de todo o mal que você estava me fazendo e eu não via.
Me pergunto todos os dias quais foram seus motivos, por que me escolher, por que mentir e não consigo encontrar respostas.
Tem quatro meses que tento viver, mas até respirar doi.
Doí saber que tudo tá dando tão certo na minha vida e eu não tenho meu amor pra compartilhar, pra comemorar comigo.
Sei que meu sofrimento é inutil, sei que nem uma lagrima por mim foi derramada e tenho certeza que você não tem nenhuma lembrança minha, mas não tem jeito de explicar isso pro meu coração.
Sei que perfeição não existe, mas pra mim até seus defeitos eram perfeitos, menos um a mentira e foi isso que me destruiu. Nem posso falar que meu coração está partido, poque no lugar dele só existe um buraco.
Rezo todas as noites pra conseguir te esquecer e tenho que ter forças pra resistir e não correr para me rastejar e pedir pra você voltar. Na verdade tento me convencer que você morreu, assim fica mais facil aceitar que você não volta e assim eu consigo esquecer suas mentiras. Sim porque tenho certeza que não foi só a mentira que eu descobri, sinceramente eu já não acredito em mais uma palavra de tudo que você me disse, mas ao mesmo tempo sonho que vou acordar e tudo isso será um grande pesadelo ou então vou acordar antes de te conhecer e poder mudar toda essa minha dor. Mas infelizmente não dá.
Quero ser feliz de novo, mas no momento acho isso um sonho distante, algo que pode ser até impossivel, mas vou dedicar cada minuto da minha vida a te esquecer e ser feliz, mesmo te amando muito ainda."

Desculpem-me mas eu precisava escrever isso, não tenho certeza se ele ainda lê meu blog, mas se ler espero que você não se manifeste por favor, fique quieto, continue morto e seja feliz.

Hoje de repente me deu uma saudade de tudo, saudades de escrever aqui principalmente, saudades dos meu amigos, saudades de quando eu não tinha nada com que me preocupar. Acho que estou assim por que acordei meio doente e tive um sonho estranho. Dormi praticamente o dia inteiro, não fui dar aula, não sai de casa pra nada. Tenho medo de que tudo volte, de que toda aquela sensação de impotencia volte a fazer parte da minha vida. Preciso voltar a escrever mais, expor o que eu sinto, mesmo que seja pra mim mesma. Hoje estou depressiva, não que esteja deprimida, mas estou depressiva por vários motivos, um em especial, algo que há um ano atras aconteceu na minha vida e a fez mudar pra sempre, algo que mudou meu caminho, que mudou meu olhar e que de certa forma fez com que eu ficasse amarga, mas é as coisas são assim e eu não posso mudar mais. Ainda não sei se dei a volta por cima, talvez não porque isso ainda doi, mas sei que estou fechando a ferida!
Amanha se estivesse vivo o Cazuza faria 50 anos, um poeta indescritivel, alguem que perdemos cedo demais, mas que deixou seu legado para várias gerações. Vou colocar aqui uma música que expresse o que estou sentindo hoje.
O Tempo Não Pára (cazuza)
Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou o cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara
Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára
Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha no palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára