25 de mar. de 2013

Um choque de realidade

Hoje me vi gorda, pela primeira vez na vida consegui ter a verdadeira noção do meu tamanho.
Ai a meia duzia de pessoas que leem meu blog vão me perguntar: Calista você tá doida? Não foi você que sempre espalhou aos 4 cantos que é gorda?
Sim, meu amigo leitor (todos vocês 6, que provavelmente nem devem ser seis mais, já diminuiu esse número), eu sempre falei que era gorda, mas por um distúrbio de imagem nunca me achei tão gorda quanto sou. Segundo o psiquiatra eu tenho o contrário da anorexia, eu não consigo me enxergar gorda no espelho, não conseguia....
Foi um choque, me olhar naquele reflexo e ver que eu estou enorme, talvez no meu limite.
Além desse distúrbio eu sofro de compulsão alimentar, então como não me via gorda eu podia comer sem muita culpa, era só fugir da balança.
Sei que comecei muitos regimes, muitas vezes, mas acho que dessa vez terá que ser sério

23 de mar. de 2013

Fotos...

Conversando com uma colega do inglês percebi que não tenho fotos de um certo período da minha vida.
Durante o tempo que estive deprimida eu não tirei fotos, não existem registros desse tempo, em nenhum lugar.As redes sociais ainda engatinhavam, o orkut mal havia começado, Facebook, Twitter, nada disso existia e a ideia de compartilhar suas ideias ainda não eram tão normais. Eu tinha um blog, mas sinceramente não me lembro do que aconteceu com ele, não me lembro de muitas coisas que aconteceram nesses 4 anos, acredito que meu cérebro de alguma forma quer me poupar de reviver toda aquela dor, então simplesmente apagou tudo o que pudesse realmente me machucar novamente.É muito engraçado como as coisas acontecem, eu sempre registrei minha vida de alguma forma, fosse através de diários, fotos e agora pela própria internet, não ter registros desse tempo só faz com que o sentimento de que esses anos não existiram aumente. 
O meu RG mostra que em breve farei 32 anos, mas ele não excluí esses meus 4 anos perdidos, os anos que sobrevivi apenas, os anos que respirava apenas por ser um movimento involuntária do corpo. Lembro muito pouco, quase nada mesmo desses anos, mas cada lembrança me dói como se fosse a morte de alguém muito querido e de certa forma até era, uma de mim morria pra dar espaço a outra, mais forte, mais tranquila. Ainda tem pedaços dessa outra eu, que vive aqui e por isso algumas lembranças ainda persistem, por isso algumas vezes dói demais e por isso que no meu rosto os 32 ainda se fazem presentes, mas quando essa outra eu morrer de vez (e ela tem que morrer) eu finalmente vou aparentar os 28 que me é de direito.